segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Encavacado


Finda esta maratona eleitoral, muito havia (e há!) a falar, quer sobre os resultados, os vencedores e vencidos. Contudo, não me furtando a essa análise (que haverei de fazer em breve), gostaria de focalizar este meu singelo apontamento na questão que, a meu ver, irá ser o ser o facto politico mais relevante dos próximos tempos: Cavaco Silva.

Se há ilação que podemos retirar destes últimos tempos políticos (incluindo os actos eleitorais) é que temos um Presidente da República que não saberá estar à altura de um Governo sem maioria parlamentar.

Os Governos sem maioria parlamentar assentam em bases frágeis que podem facilmente descambar em vitimização por parte de quem governa. Sócrates saberá jogar muito bem neste plano, culpando, sempre que possível, os Partidos com representação parlamentar por não deixarem governar o PS. Ora, Cavaco, que a dada altura (com a eleição de Ferreira Leite) assumiu a liderança do PSD, estará perfeitamente à mercê de Sócrates nesta estratégia.

Por outro lado, a ortodoxia de pensamento político que caracteriza Cavaco Silva não tem permitido que este compreenda o cenário político que está montado, entrando frequentemente em espaços onde não se sente à vontade e que exigiam muito mais habilidade politica, como aconteceu com o caso ridículo das escutas.

A Cavaco falta jogo de cintura para saber ser o fiel da balança politica e falta autoridade para continuar a ser o Ayatollah do PSD. E neste desnorte, Cavaco, que sempre gostou de saber os terrenos que pisa, será um alvo fácil de Sócrates e, quiçá, de Alegre.



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