terça-feira, 24 de novembro de 2009

25 de Novembro Sempre!

O 25 de Novembro de 1975, tem sido uma data muitas vezes esquecida na transição para a democracia em Portugal.
É claro que o processo de transição começou em 74, com o 25 de Abril, mas nos tempos agitados que se seguiram do PREC (Período revolucionário em curso), houve a tentativa de instaurar um novo regime totalitário, desta vez de esquerda.
Sem querer entrar muito nos factos históricos, penso ser importante perceber a grande relevância que esta data teve em todo este processo.
Depois de um período de disputa pelo poder político-militar, que abrange todo o Verão de 1975, as forças democráticas (PS, PSD e CDS, na ala partidária, os moderados do Movimento das Forças Armadas, o MFA, liderados pelos Grupo dos Nove, e a Igreja Católica), que lutavam por uma democracia do tipo europeu, e as forças pró-comunistas (PCP, extrema-esquerda e a Esquerda Militar), que procuravam impor ao País um regime autoritário próximo do dos países comunistas, enfrentaram-se em Lisboa.
Houve uma tentativa de golpe militar por parte da esquerda militar radical. Em resposta este golpe realizou-se um contra-golpe levado a cabo pelos militares da ala moderada, na qual se enquadravam, entre outros, Jaime Neves e Ramalho Eanes. Este contra-golpe permitiu que o Governo chefiado por Pinheiro de Azevedo se mantivesse em funções.

Para se perceber a importância desta data, aqui fica um excerto de uma intervenção do então Embaixador dos EUA em Lisboa, Frank Carlucci, no Congresso dos EUA em 1977.

«(...)tem sido uma experiência muito inspiradora observar um país a emergir de 50 anos de ditadura, separar-se de um dos mais vastos impérios coloniais do mundo, estar à beira de uma nova forma de totalitarismo e recuperar através da vontade do povo – e sublinho isto, porque, em retrospectiva, foram claramente as eleições livres o ponto de viragem na situação portuguesa – para ver instituições democráticas estabelecidas e os militares regressarem voluntariamente aos quartéis e para as suas missões profissionais. Sublinho que isto foi feito num período de dois anos sem qualquer derramamento significativo de sangue. Parece-me que é um caso único na história do mundo»

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