sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Candidaturas autárquicas independentes

Escrevo este post no último dia da campanha eleitoral autárquica.
Não me quero alongar muito relativamente à questão de quem vai ganhar ou quem vai perder, sabendo de antemão que há partidos que, independentemente dos resultados, têm sempre grandes vitórias. Confesso que não prestei grande atenção às campanhas de uns e outros municípios. Há quatro anos atrás estava, por esta altura, numa azafama de campanhas, preocupado com comícios de encerramento, com a mobilização dos militantes, e com o resultado que iria ter no domingo nos municípios onde estava a organizar a campanha, principalmente no município onde era director de campanha. Organizar, participar e trabalhar numa campanha eleitoral autárquica é uma experiência única, principalmente em circunstâncias como as que eu tinha há quatros anos, onde fui parar a concelhos cuja realidade não conhecia. Foi importante para mim perceber como funciona o eleitorado rural, do interior do país, e como se faz comunicação politica em sítios remotos de Portugal.
Exactamente por ter tido esta experiência em 2005 é que hoje consigo perceber certos resultados que à primeira vista possam parecer estranhos.
Mas o motivo deste post é fazer uma abordagem a um tema, que tenho visto aumentar e que ainda não foi, na minha opinião, suficientemente discutido. Tem a ver com o aumento do numero de candidatos independentes a concorrer às autárquicas.
A primeira sensação que fico é de que os candidatos independentes estão a ganhar cada vez mais câmaras e lugares de vereadores. Este fenómeno deve merecer a maior importância por parte dos partidos, que vêm assim a sua importância diminuir no seio do poder politico local.
Fazer uma campanha sem uma estrutura partidária subjacente é uma tarefa muito complicada, por isso fico estupefacto quando vejo os resultados de muitos independentes por esse país fora.
Cada caso é um caso, mas a tendência teve inicio com os candidatos que, depois de vários anos apoiados pelos respectivos partidos, e normalmente com alguns anos de experiência, começaram a candidatar-se sem o apoio destes e, em grande parte das vezes, contra eles.
Estes casos, que já não são casos isolados, devem ser motivo de reflexão por parte dos partidos políticos, para que nas próximas eleições e nas seguintes, não vejam a sua influência diminuir, porque, muito sinceramente, tenho algum receio de ver as agendas politicas locais, marcadas por pessoas que muitas vezes, põem os interesses pessoais acima daquilo que são os interesses colectivos.

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